Uma Dúzia de Livros - "um livro que toda a gente já leu menos tu": Sensibilidade e Bom Senso, por Jane Austen

Este ano decidi entrar, pela primeira vez, num desafio literário. Às vezes é-me difícil escolher o livro que vou ler a seguir, pelo que ter pelo menos uma categoria por mês que me ajude nessa decisão pareceu-me muito conveniente. Por outro lado, este ano queria evitar comprar livros em excesso e dar prioridade aos livros que já tenho por ler cá em casa. Por esses dois motivos, pareceu-me lógico escolher o Desafio Literário "Uma Dúzia de Livros", da Rita da Nova, que consiste em dar uma categoria por mês e cada leitor elege um livro dessa temática para ler. Deste modo, não me vejo limitada aos títulos escolhidos - não tendo que comprar os que não tenho -, e simultaneamente dá-me uma orientação que me ajuda a escolher o próximo título a ler.


O tema do primeiro mês é "um livro que toda a gente já leu menos tu". Este tema remeteu-me de imediato para os clássicos, uma vez que nos últimos anos tenho-me desleixado na leitura deles. Fui fazer uma pesquisa às minhas leituras antigas e voei até 2012, ano em que li "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen, único livro que tinha lido da autora. Desse revisitar senti nascer em mim uma vontade crescente de ler outro título da mesma escritora, motivo que me levou a escolher "Sensibilidade e Bom Senso" como o título a encaixar na temática deste mês.

Sensibilidade e Bom Senso foi o primeiro romance de Jane Austen, tendo sido publicado no ano de 1811, quando a autora contava 36 anos. Uma curiosidade interessante é que o livro foi publicado anonimamente, por "Uma Senhora".

Fazendo um bom enquadramento social da classe média-alta da época, Austen dá-nos a conhecer as irmãs Dashwood, focando o desenrolar do seu enredo nas irmãs mais velhas: Elinor (o bom senso) e Marianne (a sensibilidade). De forma requintadamente sarcástica, a autora satiriza a forma absurda como a vida das jovens de classe média-alta se reduzia a um objetivo único: o de conseguir um "bom casamento". Além disso, demonstra, através da relação das irmãs, um contraste civilizado do conflito interno mais discutido da história: a razão versus o coração. Um dos pontos fortes da escrita e das ideias partilhadas por Jane Austen é a ironia discreta impressa nos detalhes: o facto de também os homens serem 'caçadores de fortunas' e da hipocrisia ser transversal a todas as idades, géneros e condiões sociais. 

Não me ter conseguido ligar mais a este enredo é mais atribuído ao intervalo geracional do que a qualquer outra coisa. Gosto do estilo da autora e reconheço-lhe uma visão humorístico-satírica da época que me agrada imenso. 


Avaliação: 3/5*

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