"Fahrenheit 451", por Ray Bradbury - opinião
Torna-se difícil escrever sobre um livro que nos
chega às entranhas de tal forma que em certas páginas nos parece dar murros na
barriga e, noutras, nos aquece o coração. Acima de provavelmente qualquer outra
coisa, penso que o objetivo máximo da literatura é o de nos tocar
profundamente, remexer em coisas que temos dentro de nós, mas que
desconhecemos, ou, por outro lado, plantar em nós algo de novo, revelador, mas
íntimo: uma
descoberta de mais uma peça daquilo que somos (seja lá isso o que
for).
É impossível ler este livro e não pensar no
'1984' de George Orwell ou no "Admirável Mundo Novo" de Aldeous
Huxley, mas desengane-se aquele que pensa que é "apenas mais uma distopia". É tão mais do que isso.
Este livro não é apenas uma hipérbole bem conseguida de uma sociedade que se
esqueceu do que é realmente importante; é uma caricatura perfeita dos perigos
que se instalam em vícios pouco saudáveis e nada estimulantes.

"Not everyone born free and equal, as the Constitution says, but
everyone made equal. Each man the image of every other; then all are
happy, for there are no mountains to make them cower, to judge themselves
against. So! A book is a loaded gun in the house next door. Burn
it."
Comentários
Enviar um comentário